Dr. Resende: Um olhar sobre a gestão das Santas Casas e a crise na formação médica

Considerado um patrimônio da medicina em Campinas, o otorrinolaringologista Dr. José Maria Moraes de Resende compartilhou, em entrevista recente, sua visão acumulada ao longo de mais de 50 anos de carreira. Com atuação ininterrupta na Santa Casa de Misericórdia de Campinas desde 1969 e ocupando atualmente a diretoria da Federação das Santas Casas de Misericórdia do Estado de São Paulo (FEOESP), Resende traçou um panorama que vai da gestão hospitalar à memória cultural da cidade.

Durante a conversa, o médico destacou os desafios financeiros enfrentados pelas Santas Casas. Ele enfatizou a complexidade logística e o alto custo dos insumos. Como solução estratégica, Resende revelou iniciativas de importação direta de materiais da China e a busca por parcerias internacionais para pesquisa de medicamentos, visando garantir a sustentabilidade dessas instituições filantrópicas diante da defasagem histórica da tabela do SUS.

A entrevista realizada na faculdade Sofia em Campinas, ganhou um novo tom quando o Dr. Resende tornou-se mais crítico quando o assunto foi a educação. O Dr. Resende alertou para a precarização do ensino médico no Brasil, apontando o crescimento desordenado de novas faculdades com viés puramente mercadológico. Segundo o especialista, essa expansão sem critérios rigorosos coloca em risco a segurança dos pacientes, lançando no mercado profissionais com lacunas técnicas graves em áreas complexas.

Além das questões de saúde pública, o Dr. Resende revisitou suas raízes, relembrando o rigor acadêmico do histórico Colégio Culto à Ciência e a evolução tecnológica da medicina — de procedimentos realizados "no escuro" às modernas cirurgias robóticas.

Quer saber mais sobre a história da medicina em Campinas e os bastidores da gestão hospitalar? 

 Assista à entrevista completa abaixo.